Equipe do projeto de extensão de educação ambiental

Projeto de pesquisa promove ações de Educação Ambiental

Ações de Educação Ambiental são desenvolvidas devido à implantação da barragem de Batalha

Texto: Monithelle Cardoso

 

Uma parceria entre a empresa Furnas e a Escola de Engenharia Civil (EEC) da Universidade Federal de Goiás (UFG) tem promovido desde 2013, sob a coordenação dos professores Maurício Martines Sales e Marcia Mascarenha, o projeto de pesquisa “Monitoramento e estudo de técnicas alternativas na estabilização de processos erosivos em reservatórios de UHEs”, com a finalidade de monitorar processos erosivos já instalados em barragens da empresa Eletrobras-Furnas.

Em 2014, integrantes do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental, liderado pela professora do Instituto de Química (IQ), Agustina Echeverría, juntamente com a professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Marilda Shuvartz, foram convidados para participar do projeto “A Educação Ambiental como meio de compreensão dos impactos socioambientais ocasionados na implantação de reservatórios de Usinas Hidrelétricas”. O projeto desenvolve ações de educação ambiental voltadas para os públicos que foram atingidos, de alguma maneira, pela implantação da barragem de Batalha, situada nos municípios de Cristalina (GO) e Paracatu (MG).

Além das professoras citadas, integram o projeto funcionários de Furnas, professores da EEC, professores do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (IESA), e três alunas do doutorado em Ciências Ambientais (Ciamb) da UFG.

 

                                                                Equipe do projeto de extensão de educação ambiental

Integrantes do Projeto, em visita a cidade de Paracatu (MG)

 

A professora Agustina Echeverria aponta que a necessidade energética é uma questão concreta, já que o país precisa de energia, mas ela salienta que o impacto produzido pelas obras de engenharia (hidrelétricas) não é só na erosão do terreno: “o impacto socioambiental também deve ser levado em consideração”, ressalta a professora.

A primeira atividade desenvolvida pelo grupo de pesquisadores consiste na execução de ações voltadas para alunos de uma escola rural, a Escola Municipal Pedro Neiva, localizada em Paracatu (MG), na região da barragem de Batalha. Em outubro, o grupo de contação de histórias NarrAtividade, coordenado por Joana Dark Leite e Marco Aurélio Fernandes Neves, irá até a escola realizar dinâmicas com os alunos para promover o debate sobre questões ambientais, de modo a levar a comunidade a refletir e compreender as situações às quais está exposta, perceber seus anseios, preocupações e responsabilidades individuais e coletivas.

 

                                                               Grupo de contação de história NarrAtividade

Grupo de Contação de histórias NarrAtividade

 

Os pesquisadores querem identificar as opiniões das pessoas, que, de alguma forma foram afetadas pela construção da barragem, sobre a implantação da hidrelétrica na região. No momento, eles estão aguardando aprovação do Comitê de Ética da UFG para aplicar os instrumentos de coleta de dados com as pessoas. A professora Agustina enfatiza que as construtoras precisam ter consciência sobre as percepções das pessoas. Para isso, serão elaborados relatórios finais para Furnas, com os resultados obtidos a partir da pesquisa e as ações desenvolvidas na região.

 

 

                                                              Visita a Escola

Visita à Escola Municipal Pedro Neiva, localizada em Paracatu (MG)

 

Uma cartilha especialmente desenvolvida para esse projeto, direcionada a estudantes do ensino fundamental e médio, será doada às crianças matriculadas na Escola Municipal Pedro Neiva. Nela, é apresentada uma abordagem da temática meio ambiente, voltada para os problemas de erosão, com sugestões de alternativas específicas para a sua mitigação e com enfoque em situações características de ocorrência de processos erosivos em margens de reservatórios, de modo a facilitar o entendimento desse assunto, assim como identificar formas para sua prevenção e controle.

“A educação ambiental, vinculada diretamente a um problema concreto, que é a construção da barragem e à erosão causada pela mesma, está sendo utilizada como um instrumento de participação da população”, explica a professora Agustina Echeverria. Esse projeto de Educação Ambiental compõe um projeto que prevê a realização de cursos de extensão com estudantes de centros universitários de Paractu (MG), cursos de capacitação para técnicos de Furnas e a replicação das ações em outras usinas hidrelétricas.