Estudantes desenvolvem estufa agrícola que reutiliza água

Texto: Anna Clara Santos

Inspirados nas necessidades de horticultores, que buscam mudas de qualidade a preços acessíveis, alunos da disciplina de Mecanização Agrícola, do curso de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), desenvolveram uma estufa agrícola para atender a essas necessidades e que ainda é capaz de promover o uso sustentável da água e dos nutrientes do solo.

Os alunos Anne Caroliny de Paula, Isabela Dantas Cavalcante, Letícia Santos Melo, Marina Dias Gomides, Tainná Soares Pimentel e Vilson Pinto Ribeiro trabalharam no projeto da estufa estimulados pela percepção de que os produtores, especialmente os que dispõem de uma pequena área para plantar, necessitavam de um sistema capaz de produzir mudas de qualidade, com baixo custo.

Acadêmico Vilson Ribeiro mostra estufa agrícola

Vilson Ribeiro, um dos alunos que participa do projeto, explica que “geralmente as mudas de qualidade são produzidas em ambientes controlados, evitando os ataques de ofídios e insetos, e esse controle faz com que o custo dessas mudas seja elevado”. Para os criadores dessa estufa, baixo custo na produção, uso de materiais comuns, fácil manuseio e reaproveitamento da água são os seus diferenciais. Vilson explica ainda que a construção utilizando tubos de PVC torna a estrutura mais leve e o fato dela ter sido montada sobre uma mesa de metal, com poucos pontos de fixação, permite sua desmontagem e transporte.

Um dos diferenciais do projeto, de acordo com os alunos, é que em uma produção convencional, quando as mudas são regadas, a água que passa pelo local onde elas estão acomodadas leva parte dos nutrientes do substrato, que são essenciais para o crescimento das plantas. Essa água é absorvida posteriormente pelo solo, fazendo com que as mudas não recebam esses micronutrientes. Já no sistema criado pelos estudantes, a água excedente é captada, passando por um filtro e se acumulando em um recipiente, de modo que possa ser utilizada na rega de outras plantas. “O reaproveitamento da água faz com que um ciclo se feche”, ressalta Vilson.

Os estudantes garantem ainda que o sistema utilizado para irrigar a estufa fornece condições para que se faça uso racional da água, já que permite o controle de sua vazão, o que faz com que não haja dispersão pelas laterais. Além de todas essas vantagens, Vilson destaca que a estrutura desenvolvida é ergonômica. “Essa estufa permite que quem manuseie as mudas fique numa posição que facilita o trabalho, já que as bandejas ficam na altura dos braços e a pessoa não precisa ficar agachada”, assegura.