Riscos ambientais em microbacias goianas
Projetos de pesquisa avaliam qualidade da água para o consumo
Texto: Anna Clara Santos
Foto: Katia Kopp
Infográficos: Dúnia Esper
Com o intuito de avaliar a qualidade da água para o consumo, proveniente de 8 microbacias da região metropolitana de Goiânia, a professora da Escola de Engenharia Civil e Engenharia Ambiental (ECC), Katia Kopp, em parceria com outros professores da mesma escola e um professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), coordena dois projetos - Avaliação da Qualidade Ambiental de Microbacias de Abastecimento Público no Estado de Goiás e Avaliação da Qualidade Ambiental de Microbacias Urbanas no Estado de Goiás - financiados, respectivamente, pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG).
Com os olhares voltados aos riscos ambientais aos quais as microbacias destinadas ao abastecimento humano estão submetidas, esses projetos lançam mão de alguns indicativos que apontam a qualidade da água dessas microbacias. Para esses fins, são avaliados alguns parâmetros físico-químicos e biológicos, sedimentos, macroinvertebrados, uso e ocupação do solo.
Baseada nesses estudos e observações, a professora Katia Kopp, declara que os entornos dessas microbacias encontram-se muito degradados: “praticamente todas as microbacias visitadas não têm mata ciliar, pois a maior parte delas deu lugar a pastagens ou lavouras”. Segundo a professora, a longo prazo, isso é prejudicial ao abastecimento público, já que leva a erosões que assoreiam e comprometem os cursos d’água.
Para a coordenadora dos projetos, grande parte desses problemas são causados pela desordenada ocupação urbana. Ela entende que a dinâmica humana faz com que a tendência desses municípios seja caminhar rumo ao crescimento, entretanto, os córregos que são utilizados para seu abastecimento são pequenos. “Dessa maneira, caso não seja realizado um trabalho de gestão para recuperação de mata ciliar, a longo prazo, alguns desses cursos d’água podem ser perdidos”, alerta Katia.
Kopp adverte que para que não se esgotem, os recursos hídricos, essenciais à vida, devem ser explorados de maneira sustentável. Para ela, os resultados desses projetos têm a contribuir com os municípios, já que por meio deles poderão ser estabelecidos programas de gestão desses recursos e gerenciamento dos problemas a eles relacionados.
“A qualidade dessa água é uma questão de gestão. Você pode ter uma grande disponibilidade de água para abastecer a cidade, no entanto, é necessário prever o crescimento da população e os impactos futuros que vão ocorrer nesses cursos d’água”, previne a professora.
O principal legado desse projeto, garante a professora, é proporcionar embasamento aos gestores dos municípios que abrigam essas bacias, para que eles tenham dados para desenvolver ações que recuperem a integridade desses cursos d’água, estabelecendo uma relação de mutualismo entre sociedade e meio ambiente.
Fonte: Ascom PLS