Hospital das Clínicas implementa plano para gerenciamento sustentável de resíduos
Já estão em vigor as ações de manejamento dos resíduos produzidos pelo hospital
Texto: Monithelle Cardoso
Fotos: Carlos Siqueira
Até 2006, o Hospital das Clínicas (HC) não possuía um plano de gerenciamento de resíduos e apenas os materiais perfurocortantes eram separados. A partir de meados de 2006, pela iniciativa da enfermeira Soraya Regina Coelho Meira, integrante da diretoria administrativa na época, o HC elaborou seu Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS).
O plano abrange geração, separação, acondicionamento, coleta, armazenamento, tratamento, transporte e descarte final dos resíduos gerados no hospital. Um dos objetivos é reduzir os materiais que serão destinados ao Aterro Sanitário de Goiânia, impedindo a contaminação do solo e de outros ambientes.
O HC não possui uma equipe específica para executar o plano. No entanto, o trabalho é realizado com o apoio da equipe de higienização e a colaboração dos servidores de cada setor. Para orientar funcionários e pacientes, há um trabalho de educação permanente. De início, o trabalho era baseado em rondas no hospital, realizadas pela responsável técnica Soraya Regina. Na ocasião, o público interno era orientado quanto à geração, ao descarte, à separação, ao transporte e ao destino final dos resíduos.
Por meio de uma parceria com o professor Emiliano Lôbo de Godoi, da Escola de Engenharia Civil e Engenharia Ambiental (EEC), a educação permanente passou a ter o auxílio de oito alunos do curso de Engenharia Ambiental da UFG, responsáveis também por orientar e verificar se os profissionais e pacientes do HC descartam adequadamente os materiais e resíduos produzidos. As rondas diárias pelo hospital foram mantidas e todas as ações são registradas em ata. Mensalmente é feito um levantamento para verificar se o descarte é realizado de maneira correta pela comunidade interna da instituição.
Para auxiliar esse trabalho, folders informativos foram elaborados e afixados nas enfermarias do hospital, contendo explicações sobre classificação, formas de descarte e destino final dos resíduos. Também foi elaborada uma cartilha, disponível on-line, no portal do Ministério da Educação (MEC). Soraya Regina reforça que o apoio dos funcionários do HC foi imprescindível para cumprir as ações do plano e mantê-lo em funcionamento de acordo com as normas vigentes.
Entre as ações propostas para a promoção da sustentabilidade na instituição, esteve a realização de uma campanha interna, na qual foram trocados todos os termômetros de mercúrio que existiam no hospital por termômetros digitais. Devido à falta de viabilidade da substituição das lâmpadas florescentes, o que requer grande investimento, as lâmpadas descartadas são recicladas, sendo o mercúrio (substância poluente) retirado e o vidro triturado transformado em revestimento para pisos.
Por meio do PGRSS é possível, também, aliar sustentabilidade a ações sociais, o óleo de cozinha utilizado no hospital é destinado ao serviço de voluntariado do HC, que utiliza o material na produção de sabão e destina a renda para ajudar as mulheres que realizam tratamento de câncer de mama na instituição.
Processo de descarte até o destino final dos resíduos produzidos no HC
O processo de descarte de resíduos no Hospital das Clínicas ocorre de acordo com as diretrizes da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n° 306 e das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Os resíduos são separados conforme suas características, sendo o comum descartado em sacos pretos, o reciclável em sacos azuis e o saco branco é reservado para resíduos infectantes. Por enquanto, como a instituição não possui sacos laranjados, o resíduo biológico é descartado em sacos vermelhos.
Bombonas para os resíduos químicos Abrigo dos materiais recicláveis Abrigo para o descarte do resíduo comum Descarte dos resíduos infectantes
São considerados resíduos biológicos os provenientes do centro cirúrgico, do banco de sangue e também os que contenham fluídos biológicos dos pacientes. Nesses casos, antes do descarte, o material é tratado no hospital e, em seguida, levado para o aterro sanitário pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg).
Já os resíduos infectantes são levados pela Comurg para serem tratados em Brasília, visto que o aterro sanitário de Goiânia possui esse recurso, mas não está em funcionamento. Soraya Regina destaca que a Comurg “assume a despesa e o compromisso de tratar o lixo infectante”. Atenta também que “Goiânia faz parte das únicas cidades em que a Prefeitura assume esse tratamento de resíduos, pois na maioria dos municípios o tratamento é de responsabilidade da unidade geradora.”
Há também os resíduos químicos, que são armazenados em reservatórios chamados de bombonas. Esses reservatórios são constituídos de plástico resistente e revestidos com ferro. Eles são abrigados no HC e encaminhados uma vez por semana para uma empresa contratada para incineração.
Quanto aos resíduos recicláveis, esses são encaminhados para cooperativas de catadores de papel, por meio do serviço de Coleta Seletiva da Comurg. Soraya Regina reitera que o trabalho de separação dos resíduos contribui consideravelmente para a redução dos materiais que seriam destinados ao aterro sanitário. Em consequência, a vida útil do aterro é acrescida e os danos ao meio ambiente são reduzidos.
Fonte: Ascom/PLS
Categorias: PLS Plano de Gerenciamento de Resíduos